27 de janeiro de 2018

BALANZONI



Mistura de ingredientes,
com uma espécie de magia,
que a gente morde com os dentes,
e a alma sente alegria.
Comida é mais que alimento,
e aquilo que nos sacia,
ela envolve sentimento,
comida é quase poesia.

Linda tarde de verão, com um maravilhoso sol fazendo desenhos em meu jardim de inverno, tornando os meus leões mais mansos. Eu estou pensando em comida. Eu cozinho com paixão, mas eu como com parcimônia. Para mim, comida é mais do que alimento. É uma experiência sensorial que envolve todos os nossos sentidos, é um inesgotável fonte de história e de culturas. De repente, diante de um prato de comida, nós encontramos memórias de infância, nós revivemos momentos que marcaram a nossa vida. De repente, nós nos sentimos como meninos, descobrindo as maravilhas de novos sabores, novas texturas, e nós sorrimos, ao constatar que a vida sempre recomeça em inesgotáveis descobertas. Eu gosto de comida com história, e tanto quanto fazer, eu adoro contar as histórias e as origens dos pratos. Quanto mais fofocas e disputas, mais eu me divirto. O prato de hoje, é o Balanzoni, uma massa recheada da família dos tortellini, um dos principais símbolos da gastronomia bolonhesa. Vamos começar com a história do chefe da família. Como sempre, há muitas histórias. Umas mais e outras menos prováveis. Eu sempre escolho a mais divertida. Conta a lenda, que uma linda marquesa chegou um dia a uma pousada em Castelfranco dell'Emilia. O Chef de cozinha da taberna, encantado pela beleza da moça, foi espiá-la pelo buraco da fechadura, e se encantou com o seu umbigo. Inspirado por essa imagem, ele foi para a cozinha, e preparou uma massa com o formato do umbigo da moça, e assim nasceu o tortelline. Alguns já dão uma versão mais divina. Dizem que o tortellini foi criado inspirado no umbigo da deusa Vênus. Como resta comprovado, comida é quase poesia. Os balanzoni são tortellini fresco típico de Bolonha, mas que recebeu uma nova versão histórica. Dizem os bolonheses, que o balanzoni, cuja massa verde, recheada com uma mistura de ricotta, espinafre cozido, ovo, Parmigiano Reggiano e Mortadela, tem esse nome, em homenagem ao do Dr. Balanzone, um médico que, durante o carnaval, usava um chapéu com essa forma. Era uma massa típica do período de carnaval, mas que, atualmente, você pode comer em qualquer época do ano, inclusive agora. Rindo e encantada com tantas histórias, eu apresento o meu prato, em duas versões. Uma, o Balanzoni bolonhês, outra, o Balanzoni brasileiro. Vamos para a cozinha? Pegue o seu avental, e vamos por as nossas mãos limpas, na massa. Boa tarde para você que gosta de comida! Boa tarde para você que gosta de história! Boa tarde para você que gosta de tudo! Boa tarde para você, que não gosta de nada.  Não custa nada tentar! ...muitos risos e sorrisos...


Ingredientes
4 pessoas
Massa
300 g de farinha de trigo
2 ovos
150 g de espinafre

Recheio:
1 ovo
150 g de espinafre
300 g de ricota
1/2 xícara de creme de leite
180 g mortadela
60 g de queijo parmesão ralado
noz-moscada e sal e gosto

Molho 1
Balanzoni bolonhês
40 g de manteiga
8 folhas

Molho 2
Balanzoni brasiliani
500 g de tomates picados,  pelados e sem sementes
1 cebola pequena picadinha
1 dente de alho,
sal a gosto e uma colher de café de molho de pimenta malagueta
4 ramos de manjerona
Refogue o alho e a cebola em azeite, até ficar transparente, e adicione
os tomates picadinhos, refogue bem, até que ele formem um caldo consistente.
Acerte o sal, e junte as folhinhas de manjerona e a pimenta vermelha. Ferva mais
alguns instantes de reserve.














Modo de fazer: Lave bem o espinafre, e separe as folhas. Coloque as folhas em um refratário com uma xícara de água, tampe e cozinhe no microondas por 5 minutos. Se preferir, cozinhe em água fervente pelo mesmo tempo. A diferença é que quando você cozinha no microondas, a massa não fica tão verdinha. Escorra, aperte bem, e pique. Separe a metade para o recheio e o restante para a massa,











Prepare a massa, colocando a farinha em uma tigela, adicionando 2 ovos e o espinafre picado. Comece com uma colher, misturando os ingredientes e, em seguida amasse com as mãos, até obter uma massa macia, homogênea e que não grude nas mãos. Cubra a massa e reserve.












Prepare o recheio, amassando bem a ricota com um garfo, junto com o creme de leite. Adicione a mortadela bem picada ou grosseiramente processada, o ovo, o queijo parmesão e o espinafre. Eu prefiro bater grosseiramente no processador, para o recheio ficar mais cremoso.  Misture bem, até obter uma massa cremosa. Abra a massa bem fina, e corte quadrinhos com 8 a 10 cm de lado. Coloque uma colherinha de recheio no centro, e feche em formato de triângulo. Junte as pontas do lado maior do triângulo e cole, como nas fotos, Ele vai ficar com esse formato de chapéu ou de umbigo, como queira.

Para preparar o balanzoni, conforme receita original, coloque a manteiga em uma frigideira com as folhas de sálvia e aqueça. Cozinhe os balazoni al dente, em água levemente salgada, escorra e misture à manteiga de sálvia. Misture bem, polvilhe dom parmesão ralado e sirva imediatamente.
Se você preferir a minha versão abrasileirada, que é a que eu prefiro, cozinhe os balanzoni em água fervente, como na receita original. Aqueça um pouquinho de azeite em panela, e misture as folhinhas de manjerona. Junte os balanzoni cozidos e misture bem, polvilhe com parmesão e junte o molho de tomate. Salteie, polvilhe um pouquinho de parmesão e decore com um raminho de majerona. Amooooooooo!!!!

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