12 de fevereiro de 2017

TORTA DA VOVÓ

 Fone e foto: https://www.fattoincasadabenedetta.it/torta-della-nonna/

Rompe a noite, com um golpe do ariete,
abre as janelas, como o vento de agosto,
rasga o meu peito com a ponta do florete,
toca com as mãos, o meu coração exposto...


É uma invasão, uma revolta, um motim,
é um incêndio, um tornado, um furacão,
é um tsunami que está dentro de mim,
é uma batalha que eu luto, sempre em vão...

Assim é, o meu amor amotinado,
que não aceita os limites da razão,
que só deseja um minuto ao teu lado,
para viver, eternamente, essa ilusão...


Noite de verão, com um infernal calor, com um amotinado exército de estrelas, seguindo a lua no céu,e um delicioso silêncio na terra. Depois de um dia cheio de luz e de muita inquietação,
a noite chegou, indiferente às minhas preocupações. A natureza segue os seus ciclos, indiferente à dor do humanos. Com as janelas abertas, para que a lua possa entrar, eu convido você para ir comigo para a cozinha. As noites de domingo me trazem tédio e até um pouco de tristeza, mas não há mada que bons momentos na cozinha não cure. A receita de hoje,me traz lembranças da minha avó. A minha avó foi uma mulher que mais influenciou em minha formação da minha personalidade.Ela não era um "doce" de avó. Ela era realista, muitas vezes ela era até colérica, mas as coisas que ela dizia para a menininha que eu fui, ainda estão gravadas em minha mente. Muita coisa que ela me dizia me faz rir até hoje. Ela sempre me dizia coisas do tipo: com paciência, você pode conseguir qualquer coisa, mas com um metralhadora você consegue mais rápido. Não! Não era politicamente correto, mas eu dou boas risadas até hoje. Bem, depois dessas lembranças da minha avó, aqui vai a receita de uma torta da minha avó. Simples e direta como ela! Eu fui buscar a receita original na Itália, porque eu não escrevi a receita da minha avó, mas era essa, e eu adoro. Boa noite para você, que gosta de histórias! Boa noite, para você que gosta dos doces da tua avó! Boa noite para você que gosta  de noites de lua cheia. Vamos para a cozinha, e não se esqueça dos conselhos da minha avó. Com paciência a gente consegue tudo, mas com uma metralhadora, a gente consegue mais depressa. ...muitos, muitos risos...

Creme
750 ml de leite
casca de 1 limão siciliano
3 ovos
6 colheres de sopa de açúcar
6 colheres de sopa de farinha

Para a massa
3 ovos
150 g de açúcar
120 g de óleo de girassol
1/2 colher de sopa de fermento em pó
1 colher (café) de baunilha
500 g de farinha de trigo

Para decorar: 1 porção de pinoles e açúcar de confeiteiro a gosto.

Modo de fazer: Despeje o leite em uma panela, com as cascas de limão. Procure cortar apenas a parte verde, porque a branca dá um sabor amargo. Leve ao fogo até levantar fervura. Desligue o fogo e reserve. Enquanto isso, em outra panela, bata os 3 ovos inteiros, com um batedor, até ficar bem aerado, uma densa espuma. Adicione o açúcar e a farinha, e misture, até ficar homogêneo. Adicione a farinha aos poucos e vá batendo, para não empelotar.  Retire as cascas do leite, e vá adicionando à massa de ovos, bem devagar, para não cozinhar. Depois de bater até obter um creme liso e homogêneo, leve de volta ao fogo, e cozinhe por mais 5 minutos, mexendo sempre. Cubra com um filme plástico, para não criar uma película superficial no creme.
Prepare a massa, enquanto o creme esfria:
Unte uma assadeira redonda com 26 cm de diâmetro, untada e enfarinhada. Divida a massa em duas partes, sendo uma um pouco maior que a outra, porque uma parte vai forrar o fundo da assadeira, e a outra vai cobri. Abra a massa da base, com forma arredondada e cubra o fundo da assadeira, até a borda, sem cortar os excessos. Derrame o creme já frio sobre a massa, estique a massa restante e cubra o creme. Aperte a massa sobre a borda da assadeira com um garfo, para que a massa da tampa seja fundida com a massa do fundo, sele bem, e o creme não vaze. Salpique com pinoles e leve ao forno preaquecido a 170 graus C (forno baixo), por 45 minutos.
Depois de assado, polvilhe com açúcar de confeiteiro a gosto.

OBS: Como os pinoles, conforme a receita original italiana, são raros e caros no Brasil, eu decoro com castanhas do Brasil levemente trituradas. Eu gosto do resultado. O que eu amo na gastronomia, é o seu dinamismo e a sua capacidade de adaptação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário