24 de janeiro de 2016

PÃO DE ERVAS





Uma típica tarde de verão tropical! Inesperadas pancadas de chuva, intercaladas por um exuberante sol. Uma tarde de domingo de verão, tem todos os ingredientes para a recuperação de memórias da infância, enquanto a gente prepara um perfumado pão de ervas, ensinados por uma  temperamental avó. Eu tenho profundos laços de amor com as minhas avós. Elas eram tão diferentes entre si, mas elas me deixaram um maravilhoso legado de lembranças, e há fortes traços das suas personalidade, na pessoa que eu sou. Eu adoro publicar receitas de família, porque elas resgatam os sabores, os perfumes e as lembranças da minha infância. Eu ainda me vejo, muito pequena, indo colher temperos para preparar esse pão. Quando eu e a minha avó colocávamos o pão no forno, ele perfumava a casa, a rua, a cidade, o universo... Tudo tinha cheiro de alecrim. Quanto o pão saia do forno, macio, quente, perfumado e saboroso, era delicioso sentir o sabor e ver, nos olhos da minha avó, o brilho da felicidade. A minha avó me ensinou a fazer pães, e ela é culpada, também, por eu ter me tornado essa incurável romântica. ...risos...
Enquanto nós fazíamos pão, ela me contava histórias do guerreiro que mora na lua. Eu sempre dei boas risadas das histórias da minha avó. Não existe nenhum guerreiro que mora na lua! Claro! Mas nunca duvide das histórias das avós! Elas são sábias! ...muitos risos....
Boa tarde, para você que gosta de pães! Boa tarde, para você, que gosta de lembrar das histórias das suas avós! Boa tarde para você, que não acredita nas histórias das suas avós! Boa tarde, para você, que acredita no guerreiro de mora na lua! Boa tarde, para você que é o guerreiro que mora na lua!
Vai um pedacinho de  pão de ervas? Ele acabou de sair do forno! ...muitos risos...



Ingredientes:
500 g de farinha de trigo
2 tabletes de fermento (30 g)
1 colher (sobremesa) rasa de sal
1 colher (chá) de açúcar
1 copo de leite  morno
2 ovos
50 g de margarina ou manteiga amolecida em temperatura ambiente.
1 xícara de  salsa e cebolinha picadas
1 colher de cada um desses temperos: alecrim, hortelã, sálvia, manjerona e  manjericão. (Se não tiver todos, não tem problema. Só o alecrim não pode faltar. É a alma do pão.)
2 colheres de orégano e pimento do reino a gosto.

Modo de fazer|:  Dilua o fermento no leite morno e reserve.  Coloque a maior parte da farinha de trigo em uma tigela, juntamente com o sal e o açúcar, e misture bem. Faça uma cova no centro e coloque os ovos, a margarina amolecida  e vá acrescentado, aos poucos, o fermento dissolvido no leito morno. Misture bem e vá agregando a farinha de trigo restante, até ficar uma massa macia, não muito dura, crescer. Amasse bem por cerca de 10 minutos, faça uma bola, coloque em um ambiente abrigado de corrente de ar, faça os pães, passe gema batida sobre ele.  Você pode fazer no formato que preferir, eu gosto de fazer aquela clássica forma dos pães caseiros, ou usar as formas de bolo inglês. Enroladinho.Eu enfeito com um ramo de alecrim fresco. Quando esse pão é assado, o alecrim libera aquele  maravilhoso perfume, que perfuma a casa, o quarteirão, a rua, a cidade, o mundo, o universo.... muitos risos...

Nota: Eu uso fermento seco. Você pode substituir o tablete de fermento fresco, por uma colher de sopa de fermento seco. NÃO é fermento químico, royal ou coisa parecida. É fermento seco para pães. Eu compro uma latinha e guardo em um vidro na geladeira. Isso me dá liberdade para fazer pães e pizzas a qualquer momento que eu queira. É uma dica!

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15 de janeiro de 2016

Gnocchi de abóbora com molho de nozes e manjericão

Fonte e foto: Sabor sem limite
Um  sorriso  enevoado de  fumaça,
em um rosto  refletido no espelho,
uma marca de batom, em uma taça,
 a minha boca pintada de vermelho.

Dois corpos embalados pela dança,
duas bocas que se atraem, sem pudor,
um desejo, uma paixão, que não se cansa,
do teu abraço e do teu cheiro sedutor.

Um olhar, cheio de luz e de desejo,
um sussurro, rasgando a imensidão,
e o teu sorriso, em tudo o que eu vejo,
é o retrato da mais pura sedução.


Há coisas pessoas que nos seduzem e nos encantam, e eu sempre me pergunto quais sãos os ingredientes  da paixão e da sedução. Porque dentre todas tantos habitantes deste mundo, nossos olhos, a nossa alma e o nosso corpo escolhe uma pessoa que abala as nossas estruturas. De repente nós nos apaixonamos por alguém que nós nunca vimos  São tortuosos os mistérios da paixão!  ...muitos risos....
Há, entretanto, outras coisas que nos seduzem. Um colorido, saboroso e saudável prato de comida, por exemplo! É claro que são diferentes os níveis da sedução. Você não morre de amor por um prato de comida! Ou morre?! ...muitos risos....
Vamos para a cozinha? O prato de hoje é maravilhoso e não tem glúten e lactose. Além de colorido, delicioso e saboroso, ele é vegano. Não tem nenhum ingrediente de origem animal. Vamos! Anime-se!
Mãos à obra! Vamos experimentar juntos, os perfumes e os sabores da sedução. Boa noite para você, que é sedutor! Boa noite, para você que já foi seduzido! Boa noite para você que morre de paixão! . Boa noite, para você que morre por um bom prato de comida! A vida é muito mais sedutora, quando a paixão nos move! 

Para a massa:
400 g de abóbora paulista descascada e cortada em pedaços
6 colheres de sopa de fécula de batata
4 colheres de sopa de farinha de arroz
2 colheres de sopa de azeite
1/2 colher de sopa de chia hidratada
1 1/2 colher de sopa de água quente por 5 minutos
sal a gosto.

Para o molho:
50 g de nozes, demolhadas em água quente por 1 hora;
150 ml de água;
6 folhas de manjericão
1 dente de alho pequeno cortado finamente;
1 colher de sopa de azeite;
1 colher de sopa de fécula de batata.

Modo de fazer:  Coloque as abóboras em uma assadeira, de preferência cobertas com papel alumínio, e leve ao forno a 220 graus para assar até que fiquem bem macias. Leva cerca de 20 minutos. Deixe esfriar.  
 Amasse as abóboras com o auxílio de um garfo, e acrescente a chia hidratada, o azeite, sal, a fécula de batata e a farinha de arroz. Misture com as mãos até se transformar numa massa lisa.
Em uma superfície plana, coloque um pouco de farinha de arroz e faça rolinhos com a massa. Corte os rolinhos em pedaços de cerca de 2 cm. Encha uma panela com água, coloque um fio de óleo e um pouco de sal. Quando a água estiver fervendo, coloque o nhoque pra cozinhar aos poucos. Quando começarem a subir, retire-os da água e reserve.
Escorra as nozes demolhadas, desprezando a água. Bata no liquidificador com 150 ml de água limpa e as folhas de manjericão até se transformar num leite vegetal um pouco mais espesso.
Em uma panela, fogo baixo, coloque o alho cortado para dourar levemente com o azeite. Acrescente a fécula de batata e misture. por 2 minutos. Vai se transformar numa massinha, que vai ajudar a engrossar o nosso molho. Coloque o leite de nozes aos poucos e vá dissolvendo essa massa. Acerte o sal e deixe ferver por cerca de 4 minutos.
Monte em pratos individuais e coloque uma porção do molho sobre os nhoques. Decore com um raminho de manjericão e um pedaço de noz.
Você pode colocar todos os nhoques em um refratário, cobrir com o molho e decorar com folhas de manjericão e pedaços de nozes.

11 de janeiro de 2016

Terrina de bacalhau com molho de maçã



A chuva cai, com o furor da tempestade,
como a paixão que transborda e me sufoca,
mas  teu amor, é inundação que me invade,
e como a água desta chuva, ele me toca.
Enquanto eu ouço o som da tempestade,
a chuva e o vento me traz notícias tuas,
eu sinto em mim, uma tal felicidade,
que em meu peito, o coração flutua...

Que delícia! Está caindo uma maravilhosa chuva de verão. Aquela chuva que cai com fúria e com paixão, e depois que ela passa, as árvores parecem cansadas e saciadas como uma mulher bem amada. Depois da chuva, chega o amor, com o seu eloquente silêncio e toda a sua paz. Bem, eu avisei que eu sou uma incurável romântica. Mas eu também cozinho bem, o que, de certa forma me redime. ...muitos risos...
Vamos para a cozinha, porque a cozinha é um ponto de encontro. Na cozinha se encontram e se harmonizam os ingredientes que, em princípio, parecem incompatíveis.  Na cozinha,  se encontram sentimentos, sensações e emoções. Até nós nos encontramos na cozinha. ...muitos risos... 
Nós podemos descobrir mundos em um prato de comida, porque há histórias e lembranças em um prato de comida, porque os sabores, os perfumes de um prato de comida, fazem renascer memórias de nossa infância, dos nossos momentos felizes e românticos, dos nossos encontros de família, porque nós usamos todos os nossos sentidos, quando nós comemos. Hoje nós iremos descobrir os sabores de um inusitado encontro. Bacalhau, uvas passas e maçãs. Vamos! Tente, experimente! É possível que você possa odiar, mas também é possível que você se apaixone. Boa noite, para você que gosta de experimentar os novos sabores da vida! Boa noite, para você que gosta apenas dos sabores tradicionais! Boa noite, para você que gosta dos meus sabores! Mão a obra!

Serve:
6 pessoas

Ingredientes
1 refratário de  27 x 10
800 g de bacalhau  dessalinizado
2 gemas 
200 ml de creme de leite
100 g de queijo parmesão ralado 
2 colheres (sopa) de  de salsa picada
50 g de pinoli
80 g de uvas passas pretas sem sementes
100 ml de vinho branco seco

Molho de maçã
2 maçãs verdes 
40 g de açúcar
1/2 xícara de água
gengibre fresco a gosto

Modo de fazer: Enxague as uvas passas em água corrente, e coloque em uma tigela para reidratar com o vinho branco, por 30 minutos, pelo menos. Limpe o bacalhau dessalinizado, retirando cuidadosamente os espinhos e a pele,  enxague e seque bem. Bata no processador, adicione as gemas batidas com o creme de leite, e misture o queijo ralado com  os pinhões. Drene as passas e reserve o vinho para o molho de maçãs. Adicione as passas, e misture bem até obter uma mistura homogênea. Pique a salsa limpa e seca e adicione à mistura.   Unte o refratário com manteiga e forre com papel manteiga, e despeje o conteúdo no refratário, nivele com um espátula e polvilhe com queijo parmesão ralado, e asse em forno pré-aquecido a 170 ° C por 50-55 minutos. 
Enquanto assa, prepare o molho. Descasque as maçãs, corte em fatias e depois em cubos. Despeje em uma panela antiaderente e adicione o vinho branco reservado. Leve ao forno médio mexendo até o vinho evaporar. Quando o vinho tiver evaporado, rale o gengibre diretamente na panela.   Cozinhe em fogo médio por alguns minutos, em seguida, adicione o açúcar. Junte a água e cozinhe por alguns minutos, até a água quase evaporar.  Continue mexendo para combinar ingredientes e sabores e as maçãs ficarem bem macias. Coloque em um recipiente alto e bata com um mixer, até obter um molho homogêneo. Desenforme e sirva. Você pose servir fatiado, sobre o molho de maçãs, ou você pode servir com o molho a parte, em uma molheira.

10 de janeiro de 2016

Crepes de maçã

Se uma noite de domingo é de um profundo tédio, imagine você um fim de domingo, com uma contínua chuva e um vento frio entrando pela janela. É um tédio frio e molhado. ...muitos risos....
Bem, para eu adoçar esses críticos momentos, eu estou convidando você para ir para a cozinha. Pode parecer indecoroso ir para a cozinha em um domingo à noite, mas o prato de hoje, é um sedutor, perfumado e saboroso crepe. Pegue o teu avental e siga-me. Siga o rastro de perfume do limão, da canela e da água de flor de laranjeira e encontre-se  com este sedutor crepe de maçã. Rindo, eu estou lembrando você, que a maçã é o fruto do pecado original. Olhe só o risco que você está correndo! ...muitos, muitos risos...
Boa noite para você, que se diverte na cozinha! Boa noite, para você que se diverte com as minhas receitas! Boa noite, para você, que gosta de maçãs, porque desperdiçar uma noite de uma vida tão curta, é um pecado! ...risos...

Ingredientes:
6 crepes

Massa
100 g de
farinha
150 g de açúcar
2 ovos
1/4 de leite
30 g de manteiga
água de flor de laranjeira a gosto
sal.

Recheio:
500 g de maçãs
100 g de açúcar 
1 limão
canela

Modo de fazer: Em uma tigela, dilua a farinha  com o leite, adicione os ovos batidos, o açúcar e  água de flor de laranjeira, e uma pitada de sal. Bata bem, até obter uma massa lisa e homogênea. Deixe descansar por uma hora. Eu bato todos os ingredientes no liquidificador.  
Aqueça uma  frigideira antiaderente com cerca de 18 cm de diâmetro. Unte com manteiga. Eu deixo uma porção de manteiga em temperatura ambiente, e unto com um pincel de silicone. Coloque uma porção com cerca de duas colheres de massa. Gire a frigideira para distribuir a massa e formar um disco. Cozinhe o crepe de ambos os lados Repita a operação até terminar a massa. Reserve a massa em um ambiente aquecido.

Prepare o recheio: Em uma panela, despeje um copo de água, adicione o açúcar, uma pitada de canela, suco de limão filtrado através de uma peneira,  e um pedaço de casca de limão cortada muito fina para evitar a pele branca, que é amarga. Coloque no fogo, deixe ferver e cozinhe  em fogo alto, até que obter uma calda rala. Retire a casca de limão, adicione as maçãs em cubos, misture e deixe caramelizar virando muitas vezes. Retirar a panela do fogo. Recheie os crepes, com duas colheres de sopa do recheio de maçã. Coloque o recheio no centro do crepe e feche, como na foto, formando uma flor, como na foto. Para amarrar, eu descasco uma laranja em espiral, afervento rapidamente a casca, para ela ficar flexível, corto tiras fininhas e amarro. Você pode servir quente, com um bola de sorvete de creme.

3 de janeiro de 2016

GUIRLANDA DE PÃO

Da minha infância, só restaram as minhas memórias.
Eu não tenho retratos da minha infância.
Só havia uma pequena foto, em branco e preto, que se perdeu, e eu não sei onde.
Às vezes, parece-me que eu nunca fui criança.
Outras vezes, parece-me que eu nunca deixei de ser. Deste negro buraco negro da minha infância, aparece em meu rosto, de vez em quando, a luz da alegria de uma menina,
e ela ilumina o meu sorriso, com esse ar de travessura, com essa transbordante e inconsequente energia, é essa inquebrantável alegria de viver, que não morre, sem que razão alguma justifique.
É essa a mais irrefutável prova que eu fui uma menina, e que a menina que eu fui, não morreu.
Ainda que eu não tenha nenhum retrato.
Dentre as lembranças da minha infância, o pão é um estrela. Todas as sextas feiras, a minha mãe despejava cinco quilos de farinha de trigo em uma grande bacia, e juntas, nós amassávamos o pão que nos alimentaria pela semana inteira. Eu aprendi a preparar o pão da minha família, quando eu ainda não tinha nem 8 anos e, ao longo da minha vida, essa paixão só cresceu, com a massa do pão da minha mãe. 
Você sabe como eu adoro preparar pães. Eu sou apaixonada pelas origens, pela diversidade, pelos princípios e pelos significados do pão, dentro da história humana. Eu gosto dos sabores e dos perfumes, deste alimento tão nobre e tão antigo. Mas, você também sabe, que a minha paixão é amassar, apertar e esticar essas sedosas e macias massas, que crescem entre os nossos dedos. Rindo, eu torno a lembrar, que eu estou falando das massas dos pães, mas, já que você pensou em outra coisa, eu devo acrescentar que eu considero esse delicioso ritual da preparação dos pães, algo quase sensual. Pronto! Você já pode rir! Bem, a receita de hoje, é italiana. A fonte é o fantástico e bem humorado site Cucchaio d´argento. A receita é extremamente simples, e ela surpreende pelo belo efeito em uma mesa. O sabor é o perfume, não é surpresa, porque os pães sempre encantam nestes quesitos.  Vamos para a cozinha? O show vai começar, e ele promete fortes emoções. ...muitos risos...
Boa noite, para você, que se diverte com a minha versão da gastronomia. Boa noite, para você que dá boas risadas, enquanto nós cozinhamos juntos. Boa noite para você que gosta de pães! 

Ingredientes:
500 g de farinha de trigo
1 envelope de fermento  biológico seco
15 ml de azeite de oliva extra-virgem 
250 ml de água levemente morna
1 colher de café de sal
1 colher de café de açúcar

Modo de fazer: Despeje em uma bacia, a farinha de trigo, o fermento em pó, o açúcar e o azeite de oliva. Eu gosto de misturar bem a farinha com o azeite, formando uma farofinha. Dilua o sal em um quarto da água e reserve. Misture o restante da água à mistura de farinha para incorporar, e, por último, junte a água com o sal.  Misture muito bem, até obter uma massa homogênea. Agora vem a parte mais divertida. Sove a massa por 10 minutos, ou até o ponto de véu, quando você estica a massa bem fininha e ela fica quase transparente, mas não se rompe. Faça uma bola e coloque em uma tigela grande, coberta com filme plástico. Deixe crescer por 1 hora, em local abrigado. Eu uso o forno elétrico desligado. Quando dobrar de volume, abaixe a massa e divida em duas partes, fazendo dois filamentos com com cerca de 4 cm de diâmetro. Corte as extremidades, e una em um anel. Faça cortes simétricos e diagonais, com uma tesoura, conforme a imagem. polvilhe com farinha de trigo, coloque em uma assadeira untada e deixe crescer por mais 30 minutos. Quando estiver crescido, leve ao forno preaquecido a 180 graus C, por cerca de 45 minutos. Retire do forno e deixe esfriar, sobre uma grade. Agora é só servir e encantar.

GUIRLANDA DE PÃO

Da minha infância, só restaram as minhas memórias.
Eu não tenho retratos da minha infância.
Só havia uma pequena foto, em branco e preto, que se perdeu, e eu não sei onde.
Às vezes, parece-me que eu nunca fui criança.
Outras vezes, parece-me que eu nunca deixei de ser. Deste negro buraco negro da minha infância, aparece em meu rosto, de vez em quando, a luz da alegria de uma menina,
e ela ilumina o meu sorriso, com esse ar de travessura, com essa transbordante e inconsequente energia, é essa inquebrantável alegria de viver, que não morre, sem que razão alguma justifique.
É essa a mais irrefutável prova que eu fui uma menina, e que a menina que eu fui, não morreu.
Ainda que eu não tenha nenhum retrato.
Dentre as lembranças da minha infância, o pão é um estrela. Todas as sextas feiras, a minha mãe despejava cinco quilos de farinha de trigo em uma grande bacia, e juntas, nós amassávamos o pão que nos alimentaria pela semana inteira. Eu aprendi a preparar o pão da minha família, quando eu ainda não tinha nem 8 anos e, ao longo da minha vida, essa paixão só cresceu, com a massa do pão da minha mãe. 
Você sabe como eu adoro preparar pães. Eu sou apaixonada pelas origens, pela diversidade, pelos princípios e pelos significados do pão, dentro da história humana. Eu gosto dos sabores e dos perfumes, deste alimento tão nobre e tão antigo. Mas, você também sabe, que a minha paixão é amassar, apertar e esticar essas sedosas e macias massas, que crescem entre os nossos dedos. Rindo, eu torno a lembrar, que eu estou falando das massas dos pães, mas, já que você pensou em outra coisa, eu devo acrescentar que eu considero esse delicioso ritual da preparação dos pães, algo quase sensual. Pronto! Você já pode rir! Bem, a receita de hoje, é italiana. A fonte é o fantástico e bem humorado site Cucchaio d´argento. A receita é extremamente simples, e ela surpreende pelo belo efeito em uma mesa. O sabor é o perfume, não é surpresa, porque os pães sempre encantam nestes quesitos.  Vamos para a cozinha? O show vai começar, e ele promete fortes emoções. ...muitos risos...
Boa noite, para você, que se diverte com a minha versão da gastronomia. Boa noite, para você que dá boas risadas, enquanto nós cozinhamos juntos. Boa noite para você que gosta de pães! 

Ingredientes:
500 g de farinha de trigo
1 envelope de fermento  biológico seco
15 ml de azeite de oliva extra-virgem 
250 ml de água levemente morna
1 colher de café de sal
1 colher de café de açúcar

Modo de fazer: Despeje em uma bacia, a farinha de trigo, o fermento em pó, o açúcar e o azeite de oliva. Eu gosto de misturar bem a farinha com o azeite, formando uma farofinha. Dilua o sal em um quarto da água e reserve. Misture o restante da água à mistura de farinha para incorporar, e, por último, junte a água com o sal.  Misture muito bem, até obter uma massa homogênea. Agora vem a parte mais divertida. Sove a massa por 10 minutos, ou até o ponto de véu, quando você estica a massa bem fininha e ela fica quase transparente, mas não se rompe. Faça uma bola e coloque em uma tigela grande, coberta com filme plástico. Deixe crescer por 1 hora, em local abrigado. Eu uso o forno elétrico desligado. Quando dobrar de volume, abaixe a massa e divida em duas partes, fazendo dois filamentos com com cerca de 4 cm de diâmetro. Corte as extremidades, e una em um anel. Faça cortes simétricos e diagonais, com uma tesoura, conforme a imagem. polvilhe com farinha de trigo, coloque em uma assadeira untada e deixe crescer por mais 30 minutos. Quando estiver crescido, leve ao forno preaquecido a 180 graus C, por cerca de 45 minutos. Retire do forno e deixe esfriar, sobre uma grade. Agora é só servir e encantar.